segunda-feira, 16 de março de 2009


19 DE MARÇO – DIA DO ARTESÃO

O artesanato confunde-se com a história do homem, pois a necessidade de se produzir bens de utilidade e de uso rotineiro e até mesmo adornos, expressou a capacidade criativa como forma de trabalho. Há registros de que no ano 6 mil a.C. os primeiros artesãos surgiram no momento em que transformaram elementos da natureza em objetos de uso, através do polimento de pedras, da fabricação da cerâmica e do trançado de fibras animais e vegetais.

Nas cidades medievais as corporações de artesãos estabeleciam regras para o ingresso na profissão e tinham controle de quantidade, qualidade e de preços dos produtos. A corporação também protegia seus associados proibindo a entrada de mercadorias similares às produzidas na cidade e, também, amparavam seus trabalhadores em caso de velhice, doença ou invalidez.

Na América os índios produziam objetos para o uso cotidiano utilizando a cestaria, a cerâmica, a arte plumária e a pintura, com pigmentos naturais. Com o advento dos europeus e dos negros ao Brasil, surgiram novas necessidades, conhecimentos e técnicas de produção. A combinação desses fatores gerou o artesanato genuinamente brasileiro. No Brasil colônia os artesãos eram responsáveis pela produção de bens que atendiam as necessidades das aglomerações humanas que emergiam em todo o território brasileiro. Os artesãos eram reconhecidos pela sociedade e estavam presentes economicamente em quase todas as comunidades.

O crescimento industrial delineou uma outra realidade para o artesanato brasileiro, na medida em que supria o mercado com produtos mais baratos e em larga escala. As oficinas artesanais foram deixando de produzir bens necessários tanto para o cotidiano doméstico, como para o trabalho no campo e nas pequenas cidades. Nesse novo contexto, os artigos artesanais passaram a ter forte apelo cultural, atendendo uma nova necessidade humana: preservar as suas memórias culturais, mantendo vivos o patrimônio imaterial brasileiro e a sua história.

Os artesãos foram os guardiões de grande parte dos conhecimentos relativos aos processos de produção tradicionais empregados em todo o país. Por isso, hoje esses produtos atendem novos nichos de mercado, onde a identidade passa a ser um valor a ser conquistado, num mundo onde a padronização e a globalização ameaçam a individualidade e a diversidade cultural.

As primeiras iniciativas do governo brasileiro em transformar o artesanato de subsistência em atividade profissional remontam à década de 50, quando foi divulgado o primeiro estudo quantitativo de artesãos no nordeste brasileiro. Na década seguinte nos estados do Ceará e Bahia foram identificados os maiores índices de artesãos com capacidades produtivas, cuja comercialização ultrapassava os limites locais da produção. Nessa ocasião, a mulher artesã revelou-se como principal produtora do ramo, contribuindo assim para a suplementação da renda familiar.

O artesanato tem em si a gênese dos sistemas produtivos atuais, possuindo os requisitos básicos para a promoção do desenvolvimento sustentável, de forma a garantir condições dignas de vida em qualquer ponto do território brasileiro, tendo o artesão como principal agente.

Fonte: http://www.desenvolvimento.gov.br

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